Poemas de Amor, Ódio e Tesão nº1

É diferente ser a caça
Ainda mais quando a caçadora é tanto
"Eu, ou a cachaça?"
Até hoje me espanto

Difícil falar sobre alguém que é tanto

Com todo esse ódio pelo mundo
Tudo que me deu foi amor
Físico, emocional, mental, espiritual
Tudo muito profundo.

Três anos separam a primeira linha
Do seu final que não será bom
Pois se falo do amor dessa deusa minha
Toda comparação se torna pálida e marrom.

Assim como nas linhas do poema
Nas linhas da vida ouve um grande intervalo
Parecia ser sem fim, parecia ser sem chance
Um erro adolescentil, que me foi perdoado
E quando eu menos esperava
Recebi muito amor, fermentado, maturado e multiplicado

Inebriei-me nas sensações e sentimentos, que somente aquele H poderia causar
E quando menos esperava, estava totalmente caído
Quatro pneus arriados? Borboletas no estômago? Cadelinha de? Chorei, não disse por onde?
Nenhuma expressão de jovem ou de velho seria o suficiente pra descrever a dominação
Dominação pelo prazer, não simplesmente sexual, prazer de compartilhar o coração

Como é possível, ser tão livre ao se prender?
Como é possível se multiplicar dividindo uma vida?

Da mesma maneira, eu sempre repito, é muito difícil falar dela
Eu fico com todo o meu vocabulário resumido a palavrões e paixões
Boa parte do tempo eu repito as mesmas palavras, com diferentes intensidades
Outras vezes eu tento achar palavras novas, criar minhas próprias palavras mas ainda não
Raramente encontro quaisquer que estejam realmente a altura; e são poucas, desconexas, insuficientes
Acho talvez impossível, criar algo que eu execute e considere suficiente, para te alcançar nas alturas do pedestal
Haverá, contudo; um dia, um momento, uma fagulha de inspiração e farei a arte perfeita que merece seu coração, que já sei não precisar merecer. Simplesmente o tenho.

Sei que viram o amor, imagino notarem o tesão, poucos verão a palavra.
Mas quem se perguntar sobre o ódio, ando sem espaço para ele, tamanho o amor que ela me dá.

Sem título

E começou simples 
Um olhar sem sentido 
Um sussurro ao pé do ouvido 
E nada mais 

Encontraram-se sem oi 
Despediram-se sem tchau 
E assim o encontro se foi 
Normal 

Mas o fio de prata estava amarrado 
O que era deles estava guardado 
O mundo pode ser grande 
E o amor pode estar do seu lado 

Os dias se passavam 
E os dois conversavam 
Nem sempre com o que dizer 
Mas nunca paravam de escrever 

Palavras repetidas 
Palavras divertidas 
Fotos, desenhos e vozes 
E os corações ficavam ferozes 

Tempo vai, tempo não vem 
E os dois ainda assim 
Ocupando-se um do outro 
Se apoiando um no outro 

E finalmente vem o segundo encontro 
E não importa o poeta 
Não há palavras ou rimas para descrever 

E a vida segue, e os dois seguem 
Entre tapas e beijos 
Eles vão como conseguem 

Os dias parecem meses 
Os meses parecem horas 
Não dá pra ficar longe 
E nisso amor aflora 

Amor puro e simples, sem grandes expectativas 
Sem cobranças, sem espantos 
Um sentimento construído de maneira gradativa 
Mesmo aos trancos e barrancos 

E hoje eu não quero ficar sem você 
E não vou te esquecer 
Não quero perder esse sentimento real 
Nem te quero nenhum mal 

Não quero perder esse fogo intenso que me queima sem consumir 
Quero você aqui 
Não quero te ver partir porque acha que não é o suficiente 
Eu sinto por você, você sente por mim e só isso importa com a gente

13

Passos, passos atrás de mim
Não sei o que aconteceu
Como tudo ficou assim
O mundo acabou, o mundo fudeu

Tudo desapareceu, em um instante
Em 13 dias eu estou tão distante
Sofrendo em um canto, relutante
Eu queria estar só nesse mundo inconstante

Por todos esses dias sempre quis encontrar alguém
Mas quando achei, era melhor não ter ninguém
Selvagem e impiedosa
Ela veio pra cima furiosa
Sem dó nem piedade
Nem tentou fingir lealdade

Agora sozinho, mas sabendo que não
Num canto, quase morto no chão
Lamento minha esperança
Lamento entrar na dança
Apesar de necessária
A sobrevivência me jogou nessa luta mercenária

Uma luta de poder que existe desde o alvorecer
Que acabou em um precoce anoitecer
De um mundo que já estava mal
Agora na lama, um resto mortal
Um mundo mortal onde o espaço é de poucos
E cada vez mais o poder é dos loucos

Mas eu que passei por tanto
Não vou me render nesse canto
Eles me subestimaram
Acreditam que me mataram
Mas eu vou voltar a luta
E vocês não vão gostar, filhos da puta.

Selvagem

Instintos de um animal selvagem
Vestidos em outra roupagem
Lobo, águia, leão sem pelagem
Sem vergonha de sua libertinagem

Sem medo de seus instintos
Se alimentando de glutões e famintos
Correndo em mundos distintos
Com brisas falantes ou ventos sucintos

Não pensa no que pode ser
Simplesmente é
Nunca tem o que perder
Depende de si e não dá fé

Nas selvas da vida buscando caminho
Buscando saída sem se importar
Sem importar com fórmulas de um pergaminho
Seguindo para viver ou matar

Sempre em frente
Seja calmou ou cabeça quente
Sem dúvidas que chegam de repente
Não se importando se é ou não conveniente

E nos últimos passos
Naqueles sem ar
Sem rumo e sem cor
Se lembra de amassos
Se lembra do mar
E se esquece da dor

Sold my soul

Hoje eu vendi a minha alma
Parti para uma encruzilhada
Abri mão de toda minha calma
E assinei a papelada

Eu que nunca fiz nada de mal
Vivi minha vida em paz
E abri mão do banal
Desde quando era somente um rapaz

Agora não preciso ter os pés no chão
Posso ter a cabeça nas nuvens
Ter o mundo em minha mão
Dos protozoários aos homo sapiens

Nada é fácil como parece
Mas quem tem tudo as vezes esquece
Que seja com trabalho ou com uma prece
O que você deseja uma hora desaparece

Ninguém se importa, ninguém vê
O unico que sente aquela dor é você
Mas você, fraco cego, apenas um bebê
Acredita estar certo em tudo que prevê

Não se controla, não controla seus objetivos
Vive dizendo ser seu dono
Mas cai vitíma de planos subjetivos
E no final é filho do abandono
Sombra dos motivos
Em uma noite sem sono

Você que nos finais momentos
Se que sente pena dos próprios sofrimentos
E que age como se fosse a última sombra
O ultimo fogo na mente, a última lombra

Não importa quem você foi
Mas não porque somos todos iguais
Mas porque rei-da-selva ou peixe-boi
Quando você se vai, ninguém quer saber mais.

Bel e a Lua

Em uma noite de lua cheia, Bel estava sentada a beira da janela
Somente de calcinha e meia, nem imaginava que de longe alguém via ela

A lua lá do alto, observava aquela menina
Ambas questionavam o futuro e a própria vida
Ambas se queixavam de uma antiga ferida
Ambas cansadas, se sentiam enjoadas
Não queriam seguir uma estrada que já fora traçada

Aqui no chão Bel pensava, eu gosto do que faço, ainda assim não é o que quero
No céu a Lua indagava, porque tenho que girar no mesmo passo, meu prazer assim é zero

E a noite corria, o tempo não parava
Enquanto Bel sonhava, a Lua chorava
Enquanto Bel sorria, a Lua tremia
Cada uma de seu jeito, ansiavam um futuro diferente
Uma vida com sentimento, uma vida transparente

Em um momento, nenhuma estava mais sozinha
Alguma força do universo, uniu os sentimentos de dois astros que não são estrelas
Bel sentiu e por um momento entendeu a dor que a Lua tinha
E a Lua, lá em cima balançou como um barco ao içar velas
Ao sentir toda a insegurança de quem apesar de ser deusa, era só uma menininha

Com esse turbilhão de sentimentos as duas se olharam novamente
Agora sabendo, dessa vez consciente
Consciente da existência de pessoas tão iguais mesmo em mundos opostos
De pessoas com tremendo brilho que temos que virar o rosto

E como veio, ele desapareceu
Bel estava sozinha, ao lado de sua cama
Sem saber se aquilo mesmo aconteceu
Bel acordou aquele sorriso que quem conhece ama

Durante o dia tudo parecia distante, como uma memória inexistente
E como o tempo ela foi se convencendo que aquilo tudo foi um sonho
Mas quando se lembra daquela noite, ela sente
Sente alguém de longe, observando com um sorriso tristonho

Seria a Lua? Ou seria alguém diferente?
Alguém que sonha com ela, mesmo sem ter visto frente a frente.

Conflitante

Você é bem conflitante
Parece porra louca as vezes
Já em outras com coisas simples é relutante
Parece que tem medo dos revezes

Tem todo o potencial do mundo
Provavelmente pretendentes querendo ir fundo
Mas mesmo assim se esconde num sono profundo

Com a vida gritando seu nome
Não sabe se vai ou se  fica 
Não sabe se bebe ou se come
Não liga se é um deus ou o tiririca

Com um a mente, o corpo e alma
Fica esperando o que não vem
Não sei se com pressa ou com calma
Mas não sabe de tudo que tem

Eu te aconselho a se explodir 
Estar pronta pra tudo que for
Não escolher, simplesmente ir
E acima de tudo, fazer muito amor

Por que a vida é uma roda
E se nada der certo
Nesses relacionamentos que estão na moda
Ao menos vc fudeu direto